17/10/2014

Papilio machaon

Já há muito tempo que não o fazia. Hoje subi bem lá no alto do pinhal. Senti o teu toque quando lá cheguei. Ficaste ali à minha frente, poisada, como esperando da minha parte uma reação. Baixei-me e não te mexeste. Estendi-te o meu dedo e tu tateaste-o como não sabendo das minhas intenções.

Olhaste para mim e colocaste uma pata. Depois outra e mais outra. Levantei-te! O vento soprava forte mas sentiste-te segura ali no meu dedo. Olhámos em redor como guardando aquele momento como se fosse único. Virei-te e olhos nos olhos fitámo-nos por largos instantes.

Depois docemente depositei-te no mesmo local onde pouco antes tinhas subido. Ficaste ali ainda mais uns instantes como se esse momento fosse imensurável.

Abriste as tuas longas asas e voaste rumo ao céu infinito.

Desci o pinhal e foi como se revivesse de novo. Continuo em paz comigo mesmo!


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